Mizuki, Silvestre, Celeste e Risonha jogam baralho na ASP
Tarde de domingo na ASP (sim, sábado, domingo, feriado e dia santo também tem plantão na Associação dos Super Protetores), Mizuki - a Maria Recicla-tudo, Silvestre Selvagem, Celeste Liberdade e Risonha dos Rios jogam baralho. Risonha, Celeste e Silvestre estavam em seu dia de plantão. Já Mizuki, que estava se sentindo entediada em sua casa naquela tarde, foi chamada para compor dupla com Silvestre.
Já estavam na quinta rodada (que estava longe de ser a última) quando o telefone tocou. Silvestre foi atender e a pessoa do outro lado da linha, nervosa, falava sem parar.
- Por favor, minha senhora. Fale devagar e mais baixo, pra que eu possa entendê-la melhor!
E então ela contou que falava de uma cidade na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, e já não aguentava mais tanto lixo próximo à sua casa, que, além de ser invadida por um fedor insuportável, vivia sendo infestada por ratos, moscas e baratas. O local não era apropriado para ser usado como lixão, mas as pessoas, mesmo sem a autorização da prefeitura da cidade, continuavam jogando lixo ali. Perto do lixão improvisado e ilegal, havia um rio passando e dentro dele sempre acabava indo parar muito desse lixo descartado de maneira irresponsável, ainda mais que este era justamente o rio que abastecia a cidade, e muita gente costumava pescar em suas águas. Os moradores daquela rua já haviam reclamado, inclusive com as autoridades locais, mas de nada adiantou. O povo parava por alguns dias, mas logo depois voltava a jogar lixo de todo tipo no local: lixo orgânico, inorgânico, reciclável, não reciclável. Diante da falta de resolução do problema pelos "mandachuvas" locais, ela, em nome de todos os vizinhos, resolvera procurar os SUPRO na capital, para que eles, quem sabe, pudessem ajudar.
Silvestre, após desligar o telefone, olhou imediatamente pra Mizuki:
- Ah, minha japonesa favorita, não foi por acaso que você veio pra ASP hoje. Você estava entediada, né? Pois acho que seu dia vai ser mais movimentado do que você imaginava.
E então ele contou todo o caso para os colegas ali presentes. Ao ouvir que tinha um rio sendo contaminado por todo tipo de lixo, Risonha se levantou da mesa e decretou:
- Estou com a Mizuki neste caso. Se tem rio no meio, a Risonha aqui não fica de fora de jeito nenhum!
- Isso mesmo, amiga - disse Mizuki - eu ia mesmo pedir a sua ajuda. Você cuida de limpar o rio e eu limpo o terreno! Mas isso não basta, porque senão, amanhã, já estão lá jogando lixo de novo! Vamos ter que ir além da limpeza!
E assim foi feito. Silvestre e "Céu" (Celeste) deram continuidade ao seu plantão na Associação e resolveram jogar mais um pouco de baralho, só os dois mesmo.
Silvestre havia sido homenageado pela manhã com uma medalha, por ser um grande representante do povo indígena e honrar suas origens defendendo com tanta competência os animais silvestres e selvagens. Ele não queria ir, mas os seus amigos SUPRO o fizeram se enfiar em um terno e aceitar a homenagem mais do que merecida.
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O lixo acumulado em lugar impróprio estava contaminando o rio e as casas dos moradores
Sem poder contar com a ajuda de nenhum dos voadores - Celeste estava disponível, mas não podia deixar Silvestre sozinho no plantão - Mizuki e Risonha viajaram de carro, com esta última ao volante, em um carro alugado.
Depois de mais de duas horas e meia de viagem, elas chegaram ao local. A moradora que havia ligado para a ASP esperava por elas.
- É uma honra receber duas super heroínas protetoras dos animais e da natureza! Nem sei como agradecer a vocês.
No mesmo instante a rua ficou cheia de pessoas, inclusive crianças eufóricas, pedindo autógrafos e selfies. As moças, atenciosas, não se recusaram. Mas estavam preocupadas em resolver a situação o mais rápido possível.
Ao verem aquela montanha de lixo bem às margens do rio, já todo sujo e poluído, ficaram indignadas.
Mizuki, no mesmo instante, se enfiou por lá e, usando seus poderes, com uma velocidade que não deixa nada a desejar a "The Flash", começou a separar o lixo reciclável daquele que não poderia ser aproveitado. Vendo aquilo, os moradores adultos aplaudiram juntamente com as crianças, que gritavam: "É a Recicla-tudo, é a Recicla-tudo!".
Enquanto Mizuki/Maria fazia isso, a Risonha dos Rios, em seu uniforme de aspeira com capa e tudo, mergulhava no rio.
Risonha dos Rios entra em ação, mergulhando no rio para fazer a limpeza necessária
E lá foi Risonha, nadando e com sua capa, que parecia se fundir com as águas do rio, arrastando todo o lixo ali jogado. Com seus poderes ela conseguia dissolver o lixo não reciclável que estava nas águas dos rios, e o restante levava para as margens, tomando as providências necessárias.
A criançada aplaudia eufórica e acenava pra Risonha, que acenava de volta e soltava sua famosa risada de criança que, um dia, lhe rendera este apelido.
Pras crianças, tudo é festa, mas o assunto era muito sério. Isso não podia continuar assim.
Depois que Mizuki separou todo o lixo descartável e Risonha uniu aos recicláveis selecionados por ela todos os recicláveis que havia tirado das águas, elas pediram a compreensão dos moradores porque precisavam decidir o que fazer.
Os adultos se afastaram e as crianças se sentaram em silêncio para não perturbá-las. Uma solução eficiente e definitiva precisava ser encontrada. O lixo não aproveitável precisava ser incinerado (o que foi feito em seguida com a ajuda dos adultos), mas isso não bastava, pois a história voltaria a se repetir de novo, de novo e de novo se nenhuma providência mais severa não fosse tomada.
De repente Mizuki gritou:
- Tive uma ideia!
Todos se aproximaram dela e então ela disse que precisaria contar com a ajuda dos moradores para que seu plano pudesse dar certo. Todos concordaram, pois já não aguentavam mais conviver com aquela lixão indesejado.
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Havia ao lado daquele terreno baldio que as pessoas faziam de lixão, uma espécie de barracão, uma casa de madeira, que antigamente servira de casa para o vigia de uma antiga fábrica que havia sido demolida muitos anos atrás. Sabe-se lá porquê, a casinha continuava de pé. Então Mizuki propôs:
- Vamos cercar com tela este terreno, já que, aparentemente, não pertence a ninguém e a prefeitura não está dando a mínima pra ele. Nessa casa de madeira, depois de pintada e arrumada, vamos fazer um atelier onde as crianças aqui das redondezas aprenderão a fazer muitas coisas úteis com lixo reciclável, inclusive com garrafas pet. E então, poderemos fazer exposições e vender essa arte, arrecadando dinheiro para a Causa Animal e campanhas ecológicas. E antes de tudo, uma placa precisa ser colocada logo na entrada, com os dizeres: "PROIBIDO JOGAR LIXO NESTE LOCAL". O que acham da ideia?
Todos adoraram, principalmente as crianças, que ficaram empolgadíssimas em aprenderem a fazer artesanato com material reciclável. Mizuki prometeu ir àquela cidade de quinze em quinze dias para dar aulas para crianças e adultos que quisessem aprender esta arte. Se alguma autoridade resolvesse se meter, ela teria muito, mas muito a dizer!
E assim, com a ajuda de Risonha e de todos ali, Mizuki guardou o material reciclável na casa de madeira. Ele seria usado já na primeira aula, dali a quinze dias.
- Eu faço questão de vir e acompanhar essa primeira aula, e aprender também - disse Risonha com seu sorriso largo.
- Que ótimo! Assim você me ajuda a organizar a criançada nesse primeiro dia. Depois, vai ser tudo mais calmo, mais fácil.
Mizuki ensina as crianças moradoras da localidade próxima do ex-lixão a fazer arte com garrafas pet
De retorno ao Rio, as duas aspeiras contaram aos colegas sobre os acontecimentos e a ideia de Mizuki. Celeste e Silvestre adoraram e prometeram fazer uma visita ao que seria o novo atelier. Silvestre, como artesão, poderia dar a sua contribuição sempre que possível. Todos os SUPRO estariam presentes no dia da inauguração.E assim foi feito. A cada quinzena, a "doce japonesa" lá estava para ensinar às pessoas, principalmente crianças, a reciclar o lixo transformando-o em algo útil e belo, afinal, como dizia ela "tem lixo que pode virar um lixo!". E pode mesmo! Basta ter vontade de fazer acontecer!
FIM
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