Rosa Jardineira e sua missão de ajudar as abelhas
Rosa Jardineira estava sentada no caramanchão do jardim de sua casa, com seus amados cachorrinhos Anakin e Luke e suas gatas Padme e Lea lendo um artigo sobre jardins de inverno em uma revista de decoração quando seu celular tocou. Era Roberto Lab Legal que, estando de plantão na ASP naquele dia, acabara de atender a um telefonema de um apicultor desesperado. O caso era, obviamente para Rosa, que além de proteger as flores e os jardins também era a protetora de insetos e pássaros polinizadores tais como borboletas, joaninhas, abelhas e beija-flores.
- Meus filhinhos queridos, desculpem, mas agora a mamãe tem um trabalho a cumprir. Vamos para dentro! - disse ela aos seus pets após fechar a revista e se levantar do banco, indo em direção à porta da sala.
Rosa era a protetora das plantas, é verdade. Mas assim como todos os aspeiros, ela tinha pets e amava os animais. Após colocar os cachorros e as gatas para dentro e deixá-los com ração e água fresca disponíveis, ela saiu, no seu fusca verde todo florido, rumo ao endereço dado por Rob, por telefone.
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Ao chegar ao sítio de onde partira o telefonema, Rosa foi recebida por um senhor muito simpático, mas também muito aflito. Era o seu Leonel, o apicultor que precisava de seu socorro. E então ele contou sua história.
Seu Leonel herdara aquele sítio de seu pai, e a principal fonte de renda da família era a apicultura. Mas ele nunca vira aquilo apenas como um negócio, ele sempre amara as abelhas e procurava fazer sempre o melhor para elas. As abelhas o reconheciam de longe e mesmo que ele estivesse sem a roupa e os equipamentos de proteção, elas não lhe faziam mal. Ele nunca levara uma picada de abelha em toda sua vida! Um espírito de harmonia, troca e colaboração mútua pairava no ar. Ele sempre vivera em paz, até que um grande empresário comprara três sítios vizinhos ao seu. Ele espalhava agrotóxicos por toda sua plantação e o veneno afetava o seu jardim, estrategicamente plantado para alimentar suas abelhas. Então, elas começaram a adoecer e morrer. Ele estava muito triste com isso, não apenas por causa do prejuízo financeiro que teria mas principalmente porque sabia o quão as abelhas são importantes para o meio-ambiente e pelo amor que tinha a elas.
Rosa ouviu a história comovida e bastante preocupada.
- Vou ver o que posso fazer para ajudar, seu Leonel. Realmente muitas pessoas não têm consciência do mal que esses agrotóxicos causam à flora, à fauna e também à humanidade, afinal, consumindo esses alimentos, as pessoas ficam doentes e acabam vivendo menos.
Enquanto eles conversavam, não perceberam que, do outro lado da cerca, um dos empregados dos três sítios estava justamente aplicando o agrotóxico em uma de suas hortas. Ele ouviu toda a conversa e entendeu que aquela moça atrevida estava ali para ajudar seu vizinho e assim, provavelmente, atrapalhar os negócios de seu patrão.
Um empregado do vizinho ouve a conversa enquanto espalha agrotóxico na plantação
Como seu neto adolescente estava por ali, ele o chamou e lhe incumbiu de uma tarefa suja.
Enquanto isso seu Leonel, mantendo uma certa distância, mostrava suas abelhas à Rosa. Eles não perceberam que um garoto de seus 13 ou 14 anos havia pulado a cerca e se aproximava do apiário. Abrindo uma das caixas, a que estava mais próxima de onde Rosa e Seu Leonel conversavam, ele atiçou as abelhas e correu, mergulhando no chão e rolando, como fora instruído pelo seu avô.
Quando seu Leonel viu aquela nuvem de abelhas vindo, num zumbindo ensurdecedor, em direção à Rosa, ficou assustado. Ele não sabia o que fazer.
- Corre, Rosa! Eu não o que aconteceu com as minhas abelhas!
Mas ao olhar para frente viu o garoto rolando em meio a risadas. Naquele momento ele entendeu o que havia acontecido. Mas era preciso agir rápido e salvar a Super Protetora de um iminente ataque de abelhas.
Rosa havia, por um momento se assustado com o zumbido e a aproximação do enxame de abelhas mas de repente, ficou muito calma. Apenas relaxou, fechou seus olhos, respirou fundo e uniu as mãos. Um perfume delicioso fez-se sentir e as abelhas se acalmaram rodeando Rosa amistosamente, assim como faziam com o apicultor responsável por elas.
Seu Leonel ficou impressionado e por pouco seu queixo não caiu!
- Eu nunca vi uma coisa dessas em toda a minha vida - exclamou ele.
Rosa apenas sorriu e disse:
- Agora vamos levá-las de volta à sua colmeia.
E assim fizeram. As abelhas simplesmente acompanharam os dois e retornaram às suas casas pacificamente.
De longe, o garoto, que já havia pulado a cerca de volta pro lado de lá, assistia a tudo com os olhos assustados e foi correndo contar o que vira ao avô, que incrédulo, resolver também espiar da cerca. Seu Leonel percebeu o movimento e disse à Rosa:
- Os inimigos estão agindo.
- Não sei preocupe, seu Leonel. O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro.
Ainda era preciso resolver a questão do agrotóxico, motivo pelo qual Rosa havia sido chamada àquele sítio.
O mais importante era proteger as abelhas e consequentemente, as flores das quais elas se alimentavam. Mas também seria bom se fosse possível proteger as verduras do vizinho, afinal, muitas pessoas se alimentavam delas e dava pra sentir no ar os efeitos dos produtos que estavam sendo aplicados nelas.
Rosa se aproximou do apiário unindo as mãos mais uma vez. O perfume delicioso foi sentido no ar mais uma vez. Ela seguiu em direção ao jardim envolvendo todas as flores nesse mesmo perfume. Mantendo as mãos unidas, elas se aproximou da cerca divisória e com uma concentração poderosa, ela vez o perfume atravessar o muro e se estender pelas três propriedades do empresário.
O empregado e seu neto ficaram pasmos e então, irritado, o homem não consegui mais se calar.
- Quem é você e o que está fazendo? Vai prejudicar os negócios do meu patrão? Que bruxaria é essa?
- Estou acostumada a ouvir isso, meu senhor. Mas não é bruxaria nenhuma. Sou uma Super Protetora dos Animais e da Natureza e estou protegendo a plantação e ás pessoas que dela irão se alimentar. O uso abusivo desses produtos que o senhor carrega e estão usando em sua horta causa doença e morte a pessoas, animais, plantas. E é meu dever protegê-los. Sua plantação, assim com o jardim do senhor Leonel e suas amadas abelhas nunca mais serão afetados por esses venenos. Não se preocupe, as plantações continuarão produtivas, agora mais do que nunca. E o alimento que vocês venderão daqui pra frente, será saudável.
O homem não teve mais argumentos para discutir. Simplesmente virou as costas e saiu pisando duro. Seu neto que ficara paralisado junto a cerca olhando para a Rosa Jardineira com um olhar de admiração, acabou ouvindo um conselho da SUPRO:
- Você ainda é muito jovem, tem muito o que aprender. Respeite a natureza, valorize toda forma de vida e nunca mais siga os exemplos, ordens e conselhos errados do seu avô.
O garoto, sem graça, apenas concordou com a cabeça e em seguida, saiu correndo em direção à casa do caseiro onde morava com o avô e os pais.
Seu Leonel não conseguiu segurar uma gostosa risada!
- Como posso lhe agradecer? - perguntou ele à Rosa.
- Continuando seu trabalho de forma respeitosa e amorosa às nossas irmãzinhas abelhas.
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Após se despedir de seu Leonel prometendo retornar para visitá-lo e às suas abelhas sempre que possível, Rosa foi caminhando em direção ao portão de entrada, em frente ao qual estacionara se fusca. À medida em que caminhava e sentia o perfume que deixara no ar, ouvia também um zumbido, mas dessa vez era calmo e ela podia sentir a alegria das abelhas.
Ela olhou para trás e viu: As abelhas faziam uma verdadeira festa nas flores que agora estava protegidas e saudáveis! Com um sorriso, seu Leonel acenou. Rosa retribuiu o aceno e se virou novamente, retomando seu caminho, com o coração em paz por mais uma missão cumprida.
FIM
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